O advogado Cristiano Zanin, que ajudou Lula (PT) a se descondenar e ficar elegível, possibilitando sua candidatura e retorno à Presidência da República, também já foi o responsável por salvar a pele de Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás.
O criminalista defendeu o ex-presidente da Agetop, o Jayme Rincon, também do PSDB, e conseguiu a anulação da operação Cash Delivery, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal – STF, em 2022, beneficiando assim conjuntamente Perillo.
A operação foi deflagrada em 2018, com fortes indícios de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a partir das conhecidas delações da Odebrecht. A investição chegou levar Perrilo e Rincón, temporiamente, à prisão.
Com resistência da oposição, por suas ligações mais do que diretas com Lula, bem como com a própria ala mais ideológica petista, que não vê o jurista comprometido com suas bandeiras, Zanin foi indicado pelo presidente e deve ser sabatinado pelo Senado Federal até o fim do mês.
Histórico
Antes de mergulhar de cabeça na área política, Zanin já era nome consagrado no direito empresarial. É do seu escritório a defesa da recuperação judicial da Americanas e a representação da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Ele atuou, no passado, na formatação da venda da Varig e defendeu a ampliação do limite de capital estrangeiro em companhias aéreas, tema que enfrentou resistências dentro do PT.
No âmbito da Lava Jato, o Ministério Público Federal – MPF apontou Zanin como um dos principais nomes de um esquema de tráfico de influência que envolvia contratos falsos com Fecomércio, Sesc e Senac, no Rio de Janeiro. Segundo o MPF, cerca de R$ 151 milhões teriam sido desviados.
Em 2022, O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) trancou a ação, beneficiando Zanin e mais delatados